Quarta-feira, Abril 25, 2007 Lisboa: 25 de Abril sob o signo da repressão e brutalidade policial REPORTAGEM. por Manuel Baptista
A manif correu muito bem, sem incidentes até ao Largo Camões. As pessoas no Largo Camões tiraram fotos, gritaram uns slogans e algumas dispersaram. Outras ficaram mais um pouco e organizaram-se em marcha «de regresso». Assim, começaram a descer (em sentido inverso) o Chiado, virando na Rua do Carmo, umas cinquenta pessoas, gritando slogans anti-fascistas. Eu acompanhei a manifestação «de regresso» até este ponto. Verifiquei que os carros da polícia iam retirando à medida que os manifestantes se aproximavam, os três graduados da PSP, com os seus pingalins, desciam descontraidamente a uns metros à frente da manif. Não houve problemas até meio da Rua do Carmo. Na altura em que estavam os manifestantes a alcançar as escadas por de baixo do elevador de Sta Justa (a meio da Calçada), começaram eles -manifestantes- a fazer meia volta e acorrer calçada acima. Alguém os avisou que tinham sido encurralados. E assim foi. Carrinhas com polícias de choque às largas dezenas desceram em grande velocidade o Chiado, selando o alto da rua do Carmo, enquanto outras com igual força e os referidos polícias de choque subiam a rua do Carmo. Estes últimos desceram imediatamente dos carros, ainda antes destes travarem e começaram acorrer em direcção aos manifestantes, agredindo-os à bastonada enquanto estes tentavam escapar desesperadamente. Os que estavam perto, meros espectadores ou pessoas que acompanharam o cortejo de lado, ficaram também encurralados por polícias agressivos, com ameaça física a toda a gente, mas que batiam selvaticamente e sem hesitação em alguém que tivesse «aspecto» de manifestante. Vi polícias em grupos de cinco ou mais «dar caça» na baixa a manifestantes ou outras pessoas. Uma rapariga que ia a fugir, estava diante da Pastelaria Suiça, quando foi agredida, imobilizada no chão e arrastada sob prisão a 500 metros de distância para ser encurralada nos carros celulares. O mesmo passou-se com outros (eles não fizeram nenhum gesto agressivo, a fuga era para os polícias o «motivo» para perseguirem e baterem selvaticamente nessas pessoas). As pessoas que assistiram a isto tudo têm com certeza cenas de uma brutalidade inaudita para contar (é importante testemunharem para se apurarem responsabilidades) . Eu tentei evitar que as pessoas permanececem presas, tentei falar calmamente com o graduado da PSP. Este não ficou nada impressionado com o meu pedido, inclusive disse-lhe que o que estava a fazer era profundamente incorrecto e que ao menos soltasse as pessoas, pois não tinha a mínima legitimidade para as manter presas. As pessoas que foram presas, provavelmente foram brutalizadas todas no momento da prisão, pois eu verifiquei o modo de actuar da polícia em vários casos. Contaram-me que uma jovem ficou com o braço partido, o que não me espantaria. A actuação foi deliberada. Foi uma actuação destinada a instilar medo. O que fizeram e comandaram os graduados da PSP foi obviamente premeditado. Penso que eles cometeram um atentado à liberdade de manifestação e à integridade física de pessoas. É uma acusação grave mas posso (pudemos) prová-la. Queriam mostrar que são eles que decidem o que é a lei, no 25 de Abril, em especial. Assim estão eles a «garantir» a segurança dos cidadãos. Os manifestantes, não estavam a cometer nenhuma infracção grave, apenas estavam a gritar palavras de ordem e mais nada. A polícia, essa, cometeu desacatos e muitos... Fascismo NUNCA MAIS... 25 de Abril SEMPRE !!!
6 comentários:
http://jn.sapo.pt/2007/04/25/ultimas/Incidentes_em_Lisboa_nas_comemor.html
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1292158
duplo clique sobre os enereços, control copy e but para o browser e control V
Carga policial em Lisboa...
http://luta-social.blogspot.com/
O Zeca Afonso tinha razão ... os vampiros andam aí e com uma vontadinha...
Quarta-feira, Abril 25, 2007
Lisboa: 25 de Abril sob o signo da repressão e brutalidade policial
REPORTAGEM. por Manuel Baptista
A manif correu muito bem, sem incidentes até ao Largo Camões. As pessoas no Largo Camões tiraram fotos, gritaram uns slogans e algumas dispersaram. Outras ficaram mais um pouco e organizaram-se em marcha «de regresso». Assim, começaram a descer (em sentido inverso) o Chiado, virando na Rua do Carmo, umas cinquenta pessoas, gritando slogans anti-fascistas. Eu acompanhei a manifestação «de regresso» até este ponto. Verifiquei que os carros da polícia iam retirando à medida que os manifestantes se aproximavam, os três graduados da PSP, com os seus pingalins, desciam descontraidamente a uns metros à frente da manif. Não houve problemas até meio da Rua do Carmo. Na altura em que estavam os manifestantes a alcançar as escadas por de baixo do elevador de Sta Justa (a meio da Calçada), começaram eles -manifestantes- a fazer meia volta e acorrer calçada acima. Alguém os avisou que tinham sido encurralados. E assim foi. Carrinhas com polícias de choque às largas dezenas desceram em grande velocidade o Chiado, selando o alto da rua do Carmo, enquanto outras com igual força e os referidos polícias de choque subiam a rua do Carmo. Estes últimos desceram imediatamente dos carros, ainda antes destes travarem e começaram acorrer em direcção aos manifestantes, agredindo-os à bastonada enquanto estes tentavam escapar desesperadamente. Os que estavam perto, meros espectadores ou pessoas que acompanharam o cortejo de lado, ficaram também encurralados por polícias agressivos, com ameaça física a toda a gente, mas que batiam selvaticamente e sem hesitação em alguém que tivesse «aspecto» de manifestante. Vi polícias em grupos de cinco ou mais «dar caça» na baixa a manifestantes ou outras pessoas. Uma rapariga que ia a fugir, estava diante da Pastelaria Suiça, quando foi agredida, imobilizada no chão e arrastada sob prisão a 500 metros de distância para ser encurralada nos carros celulares. O mesmo passou-se com outros (eles não fizeram nenhum gesto agressivo, a fuga era para os polícias o «motivo» para perseguirem e baterem selvaticamente nessas pessoas). As pessoas que assistiram a isto tudo têm com certeza cenas de uma brutalidade inaudita para contar (é importante testemunharem para se apurarem responsabilidades) . Eu tentei evitar que as pessoas permanececem presas, tentei falar calmamente com o graduado da PSP. Este não ficou nada impressionado com o meu pedido, inclusive disse-lhe que o que estava a fazer era profundamente incorrecto e que ao menos soltasse as pessoas, pois não tinha a mínima legitimidade para as manter presas. As pessoas que foram presas, provavelmente foram brutalizadas todas no momento da prisão, pois eu verifiquei o modo de actuar da polícia em vários casos. Contaram-me que uma jovem ficou com o braço partido, o que não me espantaria. A actuação foi deliberada. Foi uma actuação destinada a instilar medo.
O que fizeram e comandaram os graduados da PSP foi obviamente premeditado.
Penso que eles cometeram um atentado à liberdade de manifestação e à integridade física de pessoas. É uma acusação grave mas posso (pudemos) prová-la.
Queriam mostrar que são eles que decidem o que é a lei, no 25 de Abril, em especial. Assim estão eles a «garantir» a segurança dos cidadãos.
Os manifestantes, não estavam a cometer nenhuma infracção grave, apenas estavam a gritar palavras de ordem e mais nada. A polícia, essa, cometeu desacatos e muitos...
Fascismo NUNCA MAIS... 25 de Abril SEMPRE !!!
O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO.
O Salão está a dormir? Gostava de ir tomar um copo. Qual é o programa para hoje? Obrigado
Sé, és a alma da cassa! Jis!
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